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Custos da produção de alimentos



A gestão de custos em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) é fundamental para o sucesso de qualquer operação nesse setor.


Conceitos Fundamentais:

Definição de custos: diretos, indiretos, fixos e variáveis.

Classificação dos custos em UAN: alimentos, mão de obra, energia, etc e Importância da contabilidade de custos para a gestão.


Métodos de Cálculo de Custos:

Custo por porção: detalhando o cálculo para cada item do cardápio.

Custo médio ponderado: ideal para grandes volumes e variedade de produtos.

Outros métodos: ABC (baseado em atividades), por processo, etc.


Fatores que Influenciam os Custos:

Preços dos alimentos: sazonalidade, negociação com fornecedores.

Mão de obra: salários, encargos, produtividade.

Energia e recursos: água, gás, manutenção de equipamentos.

Perdas e desperdícios: alimentos, embalagens, energia.


Controle de Custos:

Ferramentas e softwares para gestão de custos.

Análise de custos e indicadores de desempenho.

Elaboração de orçamentos e projeções.


Redução de Custos:

Estratégias para otimizar a compra de alimentos.

Gestão de estoques e controle de perdas.

Melhoria da eficiência operacional.

Negociação com fornecedores.


Conforme BORNIA (2002): “A contabilidade de custos surgiu com o aparecimento das empresas industriais (revolução industrial entre os anos de 1860 - 1870), tendo por objetivo calcular os custos dos produtos fabricados.”


Atualmente os restaurantes determinam os preços de seus produtos segundo a atuação de mercado dos concorrentes, bem como às necessidades e expectativas dos clientes.


Figura 1- Processo produtivo geral de restaurantes.



Fonte: adaptado de Proença e Fonseca (2000).


Implantar uma estratégia de baixo custo requer fortes investimentos em equipamentos de última geração, preços agressivos e perdas iniciais para conquistar fatias do mercado. Uma estratégia de liderança em custos algumas vezes pode revolucionar uma indústria como bem ilustra o sucesso da McDonald’s, Wal-Mart e Federal Express”.


Princípio de custeio


Entende-se custo como a soma dos gastos em que a empresa incorre, vinculados diretamente ao produto final. Eles são classificados como diretos e indiretos..


Os custos diretos, ou variáveis, variam de acordo com a quantidade de unidades produzidas. São exemplos: matéria-prima, o custo de material descartável e o custo de produtos de limpeza.


Os custos indiretos, ou fixos, não variam de acordo com o volume da produção. Exemplos: gastos com aluguel, com equipamentos e com utensílios.


Exemplos de custos diretos em uma UAN:

Alimentos:

Carnes (bovina, suína, frango, peixe)

Frutas

Legumes

Grãos

Laticínios

Óleos e gorduras

Condimentos

Outros ingredientes utilizados nas preparações


Mão de obra direta:

Salários e encargos sociais dos cozinheiros, auxiliares de cozinha e outros funcionários diretamente envolvidos na produção das refeições.


Embalagens:

Bandejas, pratos, talheres, copos, filmes plásticos, etc.


Combustíveis:

Gás utilizado em fogões e outros equipamentos de cozinha.


Por que identificar os custos diretos?

Cálculo do custo por porção: Permite determinar o custo exato de cada refeição, auxiliando na precificação e no controle de gastos.


Tomada de decisões: Ajuda a identificar quais itens têm maior impacto nos custos e a buscar alternativas mais econômicas.


Análise de rentabilidade: Permite avaliar a rentabilidade de cada produto ou serviço oferecido.


Exemplo prático:


Para calcular o custo direto de um prato de feijão com arroz, você precisaria somar o valor dos seguintes itens:

Feijão, Arroz, Óleo, Sal, Cebola, Alho, Parte proporcional da mão de obra do cozinheiro envolvida na preparação do prato e Embalagem (prato, talher).


Exemplos de custos indiretos em uma UAN:

Aluguel: Valor pago pelo espaço físico da UAN.


Energia elétrica: Consumo de energia para funcionamento de equipamentos, iluminação, etc.


Água: Consumo de água para limpeza, preparo de alimentos e outros usos.


Gás: Utilizado para cozinhar e aquecer água.


Salários e encargos sociais da administração: Funcionários que não trabalham diretamente na produção das refeições, como nutricionista, supervisor, etc.


Manutenção de equipamentos: Reparos e conservação de fogões, geladeiras, freezers, etc.


Materiais de limpeza: Detergentes, desinfetantes, papel toalha, etc.


Seguro: Cobertura de riscos para a UAN.


Depreciação de equipamentos: Perda de valor dos equipamentos ao longo do tempo.


Impostos: Sobre o faturamento, propriedades, etc.


Por que identificar os custos indiretos?

Cálculo do custo total: Para determinar o custo total de produção, é necessário considerar tanto os custos diretos quanto os indiretos.


Tomada de decisões: Ajuda a identificar oportunidades de redução de custos e a melhorar a eficiência da UAN.


Análise de rentabilidade: Permite avaliar a viabilidade econômica da UAN como um todo.


Figura 2- Custo fixo e variável de uma UAN.



Fonte: Gestão financeira (2018).


Como fazer a precificação?

Primeiramente vamos entender essa diferença entre custos e despesas. Chamamos todas as saídas financeiras da empresa de gastos. E dentro de gastos, dividimos estas saídas em custos e despesas:

Custos: tudo aquilo que incide e afeta diretamente no preço de aquisição e ou produção e um produto ou um serviço.


Despesas: são todos os gastos relativos à administração a empresa, como a área comercial, marketing, e o financeiro.


O que precisa ficar claro é que cada empresa terá sua classificação de custos e despesas. Uma empresa que realiza treinamentos, por exemplo, tem o aluguel da sala como um custo, enquanto uma empresa de TI tem o seu aluguel como uma despesa.


Figura 3- Gestão da empresa.

Fonte: Gestão Financeira (2018).


Custo direto = Custo dos alimentos referentes às sobras alimentares + Custo da mão de obra diretamente envolvida na produção + Custo da energia + Custo dos equipamentos.


Figura 4 - Cálculo das sobras alimentares.





Fonte: Abreu (2013).


Figura 5 - Custo do equipamento.




Fonte: Cintra (2016).


Figura 6 - Custo energia.



Fonte: Cintra (2016).


Referências bibliográficas

ABREU, ES, Pinto MAS, Spinelli MGN. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5 ed. São Paulo: Metha, 2013. 378 p.


CINTRA, Patricia . Aula sobre custo. Nutrição Atenta. 2023. Disponível em: https://www.nutricaoatenta.com/post/aula-sobre-custo. Acesso em: 28 set. 2024.


CINTRA, Patricia. Como se calcula a ficha técnica de preparo?. Nutrição Atenta. Campo Grande - MS, 2024. Disponível em: https://www.nutricaoatenta.com/post/como-se-calcula-a-ficha-t%C3%A9cnica-de-preparo. Acesso em: 28 set. 2024.


CINTRA, Patricia. Indicadores de pré-preparo e preparo. Nutrição Atenta. Campo Grande-MS, 2022. Disponível em: https://www.nutricaoatenta.com/post/indicadores-de-pr%C3%A9-preparo-e-preparo. Acesso em: 28 set. 2024.


CINTRA, Patricia. Qualidade e redução de custos em alimentos. Rio de Janeiro: Rubio, v. 1, 2016. 160 p.


DOMENE, S.M.Á. Técnica dietética: teoria e aplicações. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.


GESTÃO FINANCEIRA. Custo fixos e variáveis . 2018. Disponível em: https://gestaofinanceiracriativa.com.br/arte-de-precificar/. Acesso em: 28 set. 2024.


KRISTY, Soraya Coelho, CARLI, Eduardo de, GIUNTINI, Eliana Bistriche. Metodologia para calcular a composição química de preparações a partir de receitas. São Paulo: Dos Autores, 2023. Disponível em: https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/metodologia-para-calculo-da-composicao-quimica-de-preparacoes/M87342454U. Acesso em: 28 set. 2024.


PHILIPPI, S.T. Nutrição e técnica dietética. Barueri: Manole, 2006. 402 p.


Como referenciar este post?

CINTRA, Patricia. Custos da produção de alimentos. Post 700. Nutrição Atenta. 2024.


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