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Foto do escritorSabrina Kaely

Nutrição parenteral, o que é?


Diferentemente da nutrição enteral, onde a administração da dieta se dá por uma sonda, que pode ser, por exemplo, nasogástrica ou nasoenteral, ou seja, a administração sempre terá uma porção do trato gastrointestinal como via de acesso, a nutrição parenteral, se dá através da infusão intravenosa, diretamente na circulação sistêmica.


Ela é definida como: “solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. ”


O objetivo geral da nutrição parenteral é garantir que a ingestão total de nutrientes forneça energia suficiente para atender às necessidades do paciente. Ela oferece ao paciente os nutrientes e fluidos necessários para: Promover energia; construir tecidos e componentes celulares; tratar e prevenir a desnutrição relacionada a doença em algumas categorias de pacientes; fortalecer o corpo para o combate a doenças e melhorar a função imunológica; evitar complicações durante a terapia; manter e melhorar o estado nutricional para aumentar a qualidade de vida.


 

Quais são as vias de acesso?


Antes de falarmos destas vias, é importante salientar que o profissional responsável pela prescrição da terapia nutricional parenteral (TNP) é o médico, pois as vias de acesso, ao contrário da terapia nutricional enteral não são pelo trato gastrintestinal. A escolha da via dependerá de fatores como a duração da terapia e a condição clínica do paciente. A osmolaridade da fórmula de nutrição parenteral deve ser compatível com o tipo de acesso venoso. Então vamos lá...


Nutrição parenteral periférica: refere-se à localização da ponta do cateter em uma veia superficial de grosso calibre, em geral as veias das extremidades superiores, na mão ou no antebraço. Esta via, está indicada para TNP de curto prazo (até 15 dias).


Nutrição parenteral central: refere-se à localização da ponta do cateter em uma veia de alto fluxo sanguíneo interligada à veia cava superior ou ao átrio direito. Ou seja, a infusão parenteral chega diretamente ao coração. Está indicada para terapias de nutrição parenteral de longa permanência (mais do que 15 dias).


A TNP está indicada, principalmente, nos casos em que o trato gastrointestinal não está apto para o recebimento de dieta, seja por causas anatômicas, infecciosas ou metabólicas.


 

Qual o papel do nutricionista na TNP?


A Portaria nº 272 (1998), que aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a prática de Terapia de Nutrição Parenteral, atribui ao nutricionista:


  • Avaliar os indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo preestabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional e a evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela Equipe Multidisciplinar em terapia nutricional (EMTN);

  • Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes baseadas na avaliação do estado nutricional do paciente;

  • Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes em terapia nutricional, independente da via de administração;

  • Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução nutricional do paciente;

Além do mais, a indicação da TNP deve ser precedida à avaliação nutricional periódica do paciente.



Fontes:


BRASIL. Portaria n. 272, de 8 de abril de 1998. Ministério da Saúde. Brasília; DOU 1998.


CALIXTO-LIMA, L.; GONZALEZ, M. C. Nutrição clínica no dia a dia. 2° ed. – Rio de Janeiro: Rubio, 2017.


WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5° ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.


Como referenciar este post?


MACHIAVELLI, Sabrina Kaely. Nutrição parenteral, o que é?. 429. Nutrição Atenta. 2023.

Instagram: @nutricionistasabrinakaely.

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