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  • Foto do escritorPATRICIA CINTRA

Proteínas: entenda mais o processo absortivo

Atualizado: 21 de jul. de 2021

Segundo ADIBI (2003), o intestino delgado pode ser considerado o principal órgão na digestão dos alimentos. Por muito tempo, foi convencionalizado que as proteínas são completamente hidrolisadas no lúmen intestinal e absorvidas como aminoácidos livres.


No entanto, há cerca de 40 anos atrás, estudos de digestão protéica no intestino delgado de humanos, tem revelado que o principal produto da digestão de proteínas no lúmen intestinal não são aminoácidos livres e sim dipeptídeos e tripeptídeos.


Sendo assim, esses di e tri peptídeos são transportados para o interior do enterócito através do transportador de oligopeptídeos (PEPT-1), fundamental na absorção de proteínas.


A entrada de di e tri peptídeos nos enterócitos permitem ao organismo menor gasto de ATP, quando comparados com a entrada de aminoácidos livres, uma vez que o organismo gasta 1 ATP para entrada de cada aminoácido livre na célula.


Como o turnover no intestino delgado é intenso, com as células formadas nas criptas migrando para a extremidade das vilosidades, células epiteliais e outras são continuamente esfoliadas para o lúmen intestinal.


Assim, além do nitrogênio presente nas fezes poder ser proveniente da dieta, a secreção de proteínas e a esfoliação de células no lúmen intestinal são formas de excreção de nitrogênio de origem não alimentar. Nesse sentido, cerca de 60 a 70g de proteína são adicionados ao lúmen, 20g podem ser oriundos das proteínas secretadas e 50g podem originar-se das células descamadas (SHILS et al., 2003).


As proteases do trato digestivo hidrolisam tanto proteínas da dieta (ou exógenas) como proteínas endógenas. As proteínas endógenas incluem as próprias proteases secretadas no intestino ou resultantes da renovação das células epiteliais do intestino.


De fato, os aminoácidos absorvidos por uma pessoa de porte médio são derivadas de maneira quase equitativa de proteína endógena (70g/dia) e da proteína da dieta (60 a 90g/dia) e somente uma pequena fração é perdida pelas fezes.



Figura. Digestão e absorção das proteínas



Referências


ADIBI, S.A. Regulation of expression of the intestinal oligopeptide transporter (PEPT-1) in health and disease. Am. J. Physiol., Bethesda, v.285, p.G779-G788, 2003.


MOTTA, V.T. Bioquímica. 2ª edição. Rio de Janeiro: MedBook, 2011..


SHILS, M.E.; OLSON, J.A.; SHIKE, M.; ROSS, A.C., eds. Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença. 9.ed. Barueri: Manole, 2003. 1026p.


Como referenciar este post?


CINTRA, Patricia. Proteínas: entenda mais o processo absortivo. Post 64. Nutrição Atenta. 2021.


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