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Qual a função da Progesterona para a Gestação?


A progesterona é um hormônio esteroide que tem funções tanto na vida reprodutiva da mulher quanto na gestação e lactação.
















Dentre as funções da progesterona no organismo, estão a de Regular o ciclo menstrual da mulher, Interrompe o acúmulo do endométrio causado pelo estrogênio, Inibir a ovulação quando está em níveis altos, Preparar o endométrio (útero) para receber o óvulo fertilizado, Evitar que ocorra a expulsão do embrião, por reduzir as contrações uterinas durante a gestação e Reduzir a atividade do intestino, podendo causar constipação 1,2,3,4.


A sua atuação do organismo feminino ocorre de forma crescente, ou seja, no início do ciclo menstrual os níveis de progesterona estão baixos, permanecendo assim durante a fase folicular. Após a ovulação (fase lútea) os níveis desse hormônio começam a subir. Caso haja a implantação do óvulo (gravidez), a progesterona mantém-se em níveis altos para sustentar a gestação, mas se a concepção não ocorrer, o corpo lúteo para de produzir progesterona, levando à descamação do revestimento do útero, resultando em menstruação 1-4.



Os níveis de progesterona no organismo variam de pessoa para pessoa. Mas, cabe ressaltar que diferenças nos procedimentos laboratoriais, técnicas utilizadas para realização dos exames, podem interferir nos resultados, assim é importante observar os valores de referência onde foi feito o exame5.


Os níveis de progesterona variam de acordo com as diferentes fases da vida, conforme pode ser observada na tabela abaixo.








Diversos são os motivos pelos quais a progesterona pode estar em níveis baixos, ou mesmo aumentados. Em caso de anovulação e de deficiência do corpo em produzir esse hormônio podem ser algumas das causas de níveis baixos de progesterona. Menstruações longas e intensas, ciclo menstruais irregulares e curtos, assim como prolactina aumentada, hipotireoidismo ou síndrome dos ovários policísticos – SOP são alguns dos sinais e sintomas de níveis baixos de progesterona 3-6-7.


Na gestação, a progesterona é de fundamental importância para manutenção da gravidez, em especial, no primeiro trimestre, pois níveis baixos podem resultar em abortos espontâneos ou podem ser indicativos de gravidez ectópica. Quando está diminuída no final do segundo trimestre gestacional, há um maior risco de parto prematuro 8-9.


Um estudo mostrou que pessoas que tiveram sangramento durante o início da gestação tiveram menor progesterona e maior probabilidade de ter um aborto espontâneo do que pessoas que não tiveram sangramento no primeiro trimestre 10.


Por outro lado, níveis de progesterona alta, apesar de pouco comum, pode ser decorrente de algum distúrbio, seja por hiperplasia adrenal congênita, cistos ovarianos ou mesmo determinados tipos de tumores ovarianos 11.



A alimentação tem um papel essencial para garantir o equilíbrio da progesterona e de outros hormônios do organismo humano. O consumo de alimentos fontes de L-arginina, vitamina B6 (piridoxal 5-fosfato), magnésio, zinco e vitamina C são fundamentais para aumentar e/ou manter os níveis de progesterona dentro do adequado.


A L-arginina um aminoácido, que além de atuar de forma benéfica no sistema circulatório e muscular, contribui para o aumento da progesterona. Alimentos como: atum, carne de porco, frango, peru, salmão, lentilha, sementes de abóbora, são fontes desse aminoácido 12.


A vitamina B6 (piridoxina ou piridoxal 5-fosfato) dentre suas ações está o sistema reprodutor feminino e sistema nervoso. Alimentos como: amêndoas, avelãs, castanhas em geral, nozes, frango, salmão, carne bovina, banana, espinafre, batata são alguns exemplos de fontes dessa vitamina 12-13.


A vitamina C pode ser encontrada em frutas como: abacaxi, acerola, caju, goiaba, kiwi, laranja, morango, tangerina e legumes e verduras como: brócolis, couve-flor, pimentão, couve-manteiga e repolho 12.


O mineral zinco, além de ser cofator em mais de trezentas reações enzimáticas no organismo, também contribui para aumentar a progesterona. São boas fontes de zinco: carne bovina, frango, frutos do mar, gérmen de trigo, oleaginosas e sementes de abóbora 12-13.


O magnésio, na gravidez, além de contribuir para o controle de câimbras musculares, Prevenção de contrações uterinas e parto prematuro, Prevenção da pré-eclâmpsia, reduz o cansaço e azia, contribui para o crescimento e desenvolvimento do feto, ele também auxilia no aumento dos níveis de progesterona. São fontes desse mineral: abóbora, alcachofra, aveia, banana, oleaginosas, folhas verde escuras, chocolate 70% cacau 12-13.



Cabe destacar, que a escolha por alimentos orgânicos é sempre a melhor opção, por ser mais benéfica para a saúde, visto que esses alimentos não contêm agrotóxicos e aditivos químicos, que podem prejudicar a síntese da progesterona e de outros hormônios pelo organismo humano. Assim, procure um nutricionista para orientar quanto a forma correta de manter os níveis adequados da progesterona por meio da alimentação.








Referências bibliográficas

1. Taraborrelli S. Physiology, production and action of progesterone. Acta Obstet Gynecol Scand. 2015 Sep 11;94:8-16.

2. Kuhl H. Pharmacology of progestogens.J Reproduktionsmed Endokrinol. 2011;8(1):157-76.

3. Jones RE, Lopez KH. Human reproductive biology. 3rd ed. Burlington, MA: Elsevier; 2006.

4. Wald A, Van Thiel DH, Hoechstetter L, Gavaler JS, Egler KM, Verm R, et al. Effect of pregnancy on gastrointestinal transit. Dig Dis Sci. 1982;27(11):1015-8.

5. Stricker R, Eberhart R, Chevailler MC, Quinn FA, Bischof P, Stricker R. Establishment of detailed reference values for luteinizing hormone, follicle stimulating hormone, estradiol, and progesterone during different phases of the menstrual cycle on the Abbott ARCHITECT analyzer. Clin Chem Lab Med. 2006;44(7):883-7.

6. Dickey RP. Managing contraceptive pill patients. 15th ed. Fort Collins, CO: EMIS, Inc. Medical Publishers; 2014.

7. Palomba S, Santagni S, Battista La Sala G. Progesterone administration for luteal phase deficiency in human reproduction: an old or new issue? J Ovarian Res. 2015;8:77.

8. Csapo AI, Pulkkinen MO, Wiest WG. Effects of luteectomy and progesterone replacement therapy in early pregnant patients. AJOG. 1973;115(6):759-65.

9. TAVARES, Raylha Farias et al. PROGESTERONE IN THE PREVENTION OF PREMATURE LABOR: INTEGRATIVE REVIEW BATISTA, Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, 5 (6): 1669-1696, out./dez. 2018, ISSN: 2358-7490. Acesso em: 14 de janeiro de 2023. Disponível em: https://www.interdisciplinaremsaude.com.br/Volume_22/Trabalho_20.pdf

10. Ku CW, Allen JC, Lek SM, Chia ML, Tan NS, Tan TC. Serum progesterone distribution in normal pregnancies compared to pregnancies complicated by threatened miscarriage from 5 to 13 weeks gestation: a prospective cohort study. BMC Pregnancy Childbirth. 2018;18(360).

11. Van Leeuwen AM, Poelhuis-Leth DJ. Davis's comprehensive handbook of laboratory and diagnostic tests with nursing implications. 3rd ed. Philadelphia, PA: F.A. Davis Company; 2009.

12. LANGE, Nina. Raising Progesterone Naturally. Acesso em: 16 de janeiro 2023. Disponível em : https://pacificanaturopathic.com/2014/07/raising-progesterone-naturally/

13. Sanaz Ghazal. Can you treat low progesterone levels naturally? . MedicalNewstoday. Acesso em:16 de janeiro 2023. Disponível em: https://www.medicalnewstoday.com/articles/321919


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SCORSAFAVAFA, Claudia. Qual a função da Progesterona par a Gestação? Post 392. Nutrição Atenta. 2023

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