Quantas horas antes do treino devemos fazer a refeição?
A sincronização da refeição pré-treino depende da digestibilidade dos alimentos, do tipo de exercício e da tolerância individual. Em linhas gerais, estudos em nutrição esportiva apontam três faixas de tempo com propósitos distintos.
NUTRIÇÃO
Patricia Cintra
12/9/20252 min read
1. Refeição completa (carboidratos + proteína + pequena porção de gordura) – 2 a 3 horas antes do treino
Essa janela permite digestão adequada e liberação gradual de energia, reduzindo desconfortos gastrointestinais. É o intervalo mais recomendado para a maioria dos praticantes.
Essa refeição pode incluir carboidratos de médio índice glicêmico, proteína magra e fibras moderadas.
2. Lanches leves – 1 hora antes
Indicado quando não é possível fazer uma refeição maior. Devem ser alimentos de fácil digestão, com maior predominância de carboidratos e baixa gordura/fibra para evitar desconfortos.
3. Lanche muito rápido – 15 a 30 minutos antes
Adequado apenas quando o atleta precisa de um aporte rápido de energia (ex.: frutas, bebidas esportivas, carboidratos simples). A tolerância digestiva varia muito entre indivíduos.
Fundamentação científica
A literatura em fisiologia do exercício reforça que o consumo de carboidratos antes do treinamento melhora a disponibilidade de glicose e retarda a fadiga, enquanto a presença de proteína favorece síntese proteica no período subsequente. A antecedência de 2–3 horas otimiza o esvaziamento gástrico e minimiza riscos de desconforto gastrointestinal durante o esforço.
A ingestão de uma refeição muito pesada, rica em gordura, fibras ou grande volume, pouco antes do treino pode gerar diversos sintomas decorrentes do retardo do esvaziamento gástrico, maior esforço digestivo e redistribuição do fluxo sanguíneo para o sistema muscular durante o exercício. Os sintomas mais descritos na literatura incluem:
Principais sintomas físicos
Náuseas e enjoo
O estômago cheio aumenta a sensação de mal-estar, especialmente em exercícios de alta intensidade ou com impacto.Refluxo, queimação e azia
Alimentos gordurosos e volumosos elevam a pressão intra-abdominal e favorecem refluxo gastroesofágico durante o esforço.Desconforto abdominal, cólicas e dor epigástrica
O exercício desvia o fluxo sanguíneo da digestão, reduzindo a motilidade e gerando sensação de “peso no estômago”.Inchaço e gases
Refeições ricas em fibras insolúveis ou alimentos fermentáveis (FODMAPs) contribuem para distensão abdominal.Vômitos (em casos mais severos)
Especialmente quando há esforço intenso logo após uma refeição pesada.Letargia e queda de desempenho
Digestão pesada reduz a disponibilidade imediata de sangue para os músculos, aumentando sensação de fadiga.Diarreia ou urgência evacuatória
Ocorre em indivíduos sensíveis ou quando há combinação de gordura + fibras + movimento intenso.
Referências bibliográficas
KERKSICK, C. et al. International Society of Sports Nutrition position stand: nutrient timing. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 1, p. 1–21, 2017.
THOMAS, D. T.; ERDMAN, K. A.; BURKE, L. M. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics, Dietitians of Canada, and the American College of Sports Medicine: Nutrition and Athletic Performance. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, v. 116, n. 3, p. 501–528, 2016.
BURKE, L. M.; HAWLEY, J. A. Carbohydrate and exercise performance. Journal of Applied Physiology, v. 125, n. 4, p. 1086–1095, 2018.
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