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  • Foto do escritorPATRICIA CINTRA

FASEOLAMINA UMA POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO PARA A OBESIDADE

A obesidade é um problema de saúde pública global, associada à redução da expectativa de vida e ao aumento de risco de morbidades, como acidente vascular cerebral, pressão alta, câncer, diabetes mellitus, entre outros.


No Brasil a proporção de obesos com idade a partir de 20 anos, mais que dobrou de 2003 a 2019, subindo de 12,2% para 26,8%. (IBGE). As evidências trazem dados preocupantes, mais da metade da população brasileira está com sobrepeso ou obesidade (BRASIL, 2017). Um dos principais motivos deste aumento de pessoas com excesso de peso ou obesidade, está relacionado com o aumento de consumos de alimentos ultra processados e pouca qualidade nutricional.


A busca de terapêuticas complementares no tratamento da obesidade inclui o uso de plantas medicinais, amplamente comercializadas em farmácias na forma de fitoterápicos.

Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada n°48 de 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) os fitoterápicos são: “todos os medicamentos preparados exclusivamente com plantas ou partes de plantas medicinais, como, por exemplo, cascas, raízes, sementes, frutos, (flores ou folhas) as quais tenham propriedades sendo reconhecidas como prevenção, diagnóstico, ou tratamento de doenças”. No entanto, apesar da ampla oferta desses produtos, é escassa a literatura científica sobre os efeitos dessas plantas em seres humanos e sua validação no tratamento da doença.


A organização mundial da saúde enumera algumas características ideias de um fármaco para o tratamento da obesidade, que são: 1) redução de peso demonstrada assim como suas enfermidades associadas, 2) efeitos secundários toleráveis ou transitórios, 3) sem reações adversar maiores depois de anos de uso, 4) eficácia mantida em longo prazo, 5) sem propriedade viciante, 6) mecanismo de ação conhecido e 7) custo razoável.


O Conselho Federal de Nutricionistas, através da Resolução CFN N°402/2007 regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas. No entanto, o Nutricionista não pode prescrever medicamentos alopáticos, mas pode criar fórmulas que contenham produtos fitoterápicos de acordo com a resolução descrita. Essas fórmulas devem ser um instrumento adjuvante no tratamento para redução de peso, sendo sempre associado de um plano alimentar equilibrado e atividade física constante.


A faseolamina é uma proteína presente exclusivamente no feijão branco e representa um componente ativo da (Phaseolus vulgaris L.), é utilizada em estudos para controle da obesidade, seu efeito parece demonstrar o poder de inibir a atividade da enzima alfa-amilase (responsável pela hidrólise de carboidratos) e, consequentemente, reduzindo a biodisponibilidade intestinal de carboidratos, assim vem sendo consumida como produto para emagrecimento. Um dos efeitos adversos que a faseolamina pode apresentar é uma ligeira diarreia que pode ocorrer no primeiro dia de tratamento, e, mais especificamente, em indivíduos que apresentem uma dieta mais voltada para o consumo de amido e massas.


Para indivíduos hiperglicêmicos e gestantes, ela não é recomendada. Em se tratando da posologia, os médicos prescrevem cápsulas com 500mg, administradas duas vezes ao dia, sendo recomendada sua ingestão com água, 30 minutos antes das duas principais refeições do dia, ou seja, almoço e jantar.


Com o desenvolvimento de novas tecnologias pelas indústrias alimentícias, alimentos de rápido preparo e com composição nutricional inadequada, estão cada vez mais sendo consumidos pela população brasileira. Dentre essas mudanças também encontra-se a redução do consumo do feijão, principalmente por se tratar de um alimento que requer um preparo mais demorado sendo, pouco a pouco, excluído das mesas e das cozinhas brasileiras. Com isso, indiretamente, deixa-se de consumir a proteína faseolamina e que por este motivo, pode estar contribuindo para o aumento considerável da obesidade e todas as outras patologias oportunistas ligadas a ela (cardiopatias e Diabetes) entre os brasileiros.


Os estudos sobre a faseolamina ainda são tímidos, sendo assim é importante promover incentivo ao assunto.



Como referenciar este post?


CINTRA, Patricia. FASEOLAMINA UMA POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO PARA A OBESIDADE. Post 30. Nutrição Atenta. 2021.

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