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Vitamina B x diminuição de risco de eventos cardiovasculares

Autores: Rhaysa Vido - graduanda em nutrição pelo Centro Universitário Unigran Capital e Patricia Cintra nutricionista.


Evidências científicas:


1. A vitamina B6 ( piridoxina) reduz o risco de doenças cardiovasculares porque melhora de forma significativa a disfunção endotelial e o perfil lipídico (Wang et al., 2022). Essa vitamina também é muito importante para o funcionamento adequado do sistema nervoso e imune. A vitamina B6 concomitante com a B12, participam do metabolismo da metionina na formação da cisteína, necessitando assim de ingestão dessas vitaminas pela dieta.


A deficiência de vitamina B e o perfil lipídico alterado são variáveis independentes e fatores de risco adicionais para eventos cardiovasculares como a aterosclerose.


Onde encontrar a vitamina B6? Em cereais integrais, semente de girassol, feijões, soja, amendoim, aves, peixes, frutas (tomate, banana, abacate) e vegetais (espinafre).


Outra vitamina que atua de forma positiva na prevenção da aterosclerose é a B1 (tiamina). A B1 tem importância na síntese de ácidos graxos e participa da transmissão de impulsos nervosos e pode ser encontrada em cereais integrais, castanhas, farelo de trigo, hortaliças, ovos, frutas e carnes.

 

2. A hipertensão arterial resistente (HAR) é um fator de risco importante para eventos cardiovasculares e por isso aumenta o risco de infarto. As vitaminas do complexo B têm efeitos benéficos na saúde cardiovascular devido à sua ação anti- inflamatória e modulação do perfil lipídico, mas são pouco estudadas nesta população.


Um perfil adequado de ingestão de vitamina B inclui alimentos como ovos, carnes magras, laticínios desnatados e cereais integrais. Também são muito importantes os vegetais verdes escuros por causa do folato e as oleaginosas como a amêndoa, proteína de soja e amendoim por causa da biotina.

Para proteção cardiovascular incluir diariamente nas refeições do dia:

  1. cereais integrais,

  2. frutas,

  3. feijões,

  4. castanhas,

  5. azeite de oliva extra virgem e

  6. hortaliças. Adaptação de Mazzochi et al. (2019).

Outra dieta importante para indicação é a cardioprotetora.



A Alimentação Cardioprotetora utiliza o Guia Alimentar da População Brasileira como parâmetro para a divisão dos grupos alimentares, enaltecendo a importância do consumo de alimentos como verduras, frutas, legumes, leguminosas, leite desnatado e iogurte natural desnatado. Estruturada a partir das densidades de energia (definida como kcal/g), de gordura saturada (g/g), de colesterol (mg/g) e de sódio dos alimentos (mg/g), descreve um novo conceito de grupos alimentares inteligentes que deverão melhorar muito a saúde da população e por conseguinte as estatísticas das DCNT (BRASIL, 2018).


A partir do cálculo das densidades (TABELA 1), os alimentos foram classificados de acordo com quatro grupos alimentares definidos como verde, amarelo, azul e vermelho. A intenção do uso das cores (verde, amarelo e azul) é justamente valorizar a alimentação brasileira e suas raízes, respeitando a biodiversidade e regionalidade dos alimentos (BRASIL, 2018).

Trata-se de um novo método de inclusão de escolhas alimentares. O grupo verde representa os alimentos com valor reduzido de densidade: energética deve ser ≤ 1,11kcal/g, a densidade de gordura saturada ≤ 0,01 g/g, a densidade de colesterol ≤ 0,04 mg/g e a densidade de sódio ≤ 2,01 mg/g. O grupo amarelo inclui de 1 ou 2 itens com densidades superiores aos pontos de corte do grupo verde e o grupo azul inclui 3 ou 4 itens com densidades superiores aos pontos de corte do grupo verde. O grupo vermelho representa os alimentos definidos como ultraprocessados segundo o Guia Alimentar da População Brasileira (BRASIL, 2018 e BRASIL, 2021).





Importante:

Por ser uma vitamina hidrossolúvel, a vitamina B é muito sensível ao cozimento, e como consequência se perde facilmente na água. Por isso, legumes e verduras devem ser cozidos por pouco tempo, de modo que fiquem aldente.


Excesso de bebida alcoólica e remédio à base de corticoide também podem atrapalhar a absorção de algumas vitaminas, por isso é recomendado cuidado no consumo.


"Não se deve suplementar vitamina B sem indicação nutricional ou médica”.



Referências:


Aditivos e ingredientes. As vitaminas do complexo B. Disponível em: https://funcionaisnutraceuticos.com/upload_arquivos/201612/2016120367203001481552689.pdf. Acesso: 15 agosto 2023.


BRASIL. Ministério da Saúde. Universidade de São Paulo. Fascículo 1 Protocolos De Uso Do Guia Alimentar para a População Brasileira na Orientação Alimentar: Bases Teóricas e Metodológicas E Protocolo para a População Adulta. Brasília – DF, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_guia_alimentar_fasciculo1.pdf. Acesso em: 5 julho 2023. 2021.


BRASIL. Ministério da Saúde. Hospital do Coração. Alimentação Cardioprotetora: manual de orientações para profissionais de saúde da atenção básica. Brasília, 2018. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_cardioprotetora.pdf. Acesso em: 5 julho 2023. 2018.


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico: Estimativas sobre Frequência e Distribuição Sociodemográfica de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas nas Capitais dos 26 Estados Brasileiros e no Distrito Federal em 2018. Brasília, 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2019_vigilancia_fatores_risco.pdf. Acesso em: 5 julho 2023. 2019.


Camacho, Flávio Andrade; Baião, Paula Ferreira; Cavarro; Carolyne dos Santos; et al. INGESTÃO DE VITAMINAS DO COMPLEXO B E SUA RELAÇÃO COM O PERFIL LIPÍDICO NA HIPERTENSÃO RESISTENTE: UM ESTUDO TRANSVERSAL. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. Vol.43,n.1,pp.21-27 (Jun - Ago 2023). Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20230608_115927.pdf. Acesso em: 15 agosto 2023.

 

HOWLETT, John. Alimentos funcionais: ciência, saúde e alegações. 1.ed. 2008. 18,20-21p.

ROSA, Glorimar. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 1. ed. Rio de Janeiro, 2021. 112-113p.


Rabello, Samantha. Entenda porque as vitaminas do complexo B são tão importantes. Revista ABM. Disponível em:



Como referenciar este post?


Vido, Rhaysa e Cintra, Patricia. Vitamina B x diminuição de risco de eventos cardiovasculares. Post 505. Nutrição Atenta. 2023.

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