top of page
  • Foto do escritornutricaoatenta

Atividade didática ativa

Atualizado: 20 de jul. de 2023

DISCIPLINA : DIETOTERAPIA I

PROFESSORA: PATRICIA CINTRA

ACADEMICAS: CLAUDIA TORQUATO SCORSAFAVA FARIAS, JADYLA ABSS.


1. NOME DA ATIVIDADE


Simulação clínica em nutrição: paciente com obesidade.


2. TEMA


Obesidade.


3. OBJETIVOS


Descrever a experiência da aplicação da terapia nutricional de um paciente que apresenta obesidade por meio do uso da Simulação.


4. MATERIAIS


- Gloogle Classrom;

-bibliografias básicas e complementares da disciplina;

-artigos e pesquisas sobre o tema.


5. MÉTODOS


O estudo descritivo, do tipo simulação clínica em nutrição de um paciente obeso, utilizou a metodologia da Simulação com a abordagem “pacientes-padrão”, que trabalha o relacionamento interpessoal com o intuito de treinar o aluno para a vida real. No presente estudo, essa metodologia possibilita a obtenção de uma anamnese, permitindo ao acadêmico aprender a coletar os dados antropométricos, história clínica, exames bioquímicos, recordatório de 24h e outros marcadores importantes para se chegar a um diagnóstico e traçar as estratégias para a melhora do estado de saúde do paciente.


A simulação clínica de um paciente com obesidade oportuniza aos acadêmicos do 6º semestre do curso de Nutrição do Centro Universitário Unigran Capital, vivenciar um atendimento nutricional.

A atividade consistiu-se de:


1- escolher um membro da família ou um conhecido, que apresentasse obesidade,

2- coletar dados como: peso, altura, IMC, circunferência da cintura, história clínica, histórico de peso, recordatório de 24 horas, cálculo nutricional de macronutrientes e de alguns micronutrientes, como colesterol, sódio, cálculo do gasto total de caloria, elaboração do diagnóstico nutricional global e dos objetivos da intervenção nutricional,

3- analisar a dieta do paciente e a promoção de alterações caso necessário.

Para o estudo prático, foi convidada a tia de um dos membros do grupo para ser a paciente. Trata-se de uma mulher de 47 anos, casada, dados antropométricos: peso: 98,5kg, altura: 1,63m, circunferência da cintura: 92 cm e IMC: 33,3. Sedentária, já fez vários tipos de dietas para redução de peso, mas não houve adesão, pois ora não de adaptava às orientações, ora tinha dificuldades de adotá-las em seu dia a dia. Em 2017, sob orientação médica, tomou Reductil (Sibutramina), uma drágea antes do almoço, por um ano, e Diazepan, para combater a ansiedade. Nesse período, fez dieta por conta própria e conseguiu perder dez kg, mas com a morte de sua mãe, em 2018, parou de tomar o remédio e de fazer dieta, voltando a engordar. Histórico de peso: 26 anos: 62 kg; 35 anos: 85 kg; 45 anos: 75 kg e 47 anos: 88,5kg. Recordatório de 24 horas: Café da manhã: 1 xíc. de leite integral com café, 2 pães franceses, 2 ovos de galinha, 2 fatias de muçarela, 2 fatias de mortadela e 1 manga. Colação: 1 copo de suco de uva integral e 10 bolachas de maisena. Almoço: 5 col. de sopa de arroz branco, 2 conchas de feijão preto,1 col. de sopa de farinha de mandioca, 5 un. de almôndegas (300g), 2 col. de servir de cenoura picada cozida, 1 col. de servir de beterraba cozida e picada,1 copo de suco de laranja, 2 bananas pratas com 2 col. de leite condensado. Lanche da tarde: 4 fatias de pão de forma, 2 fatias de muçarela, 2 fatias de apresuntado, 1 copo de leite integral, 2 colheres de sopa de Nescau. Jantar: 1 prato de macarrão com molho de linguiça, 2 col. de queijo parmesão e 2 col. de sopa de doce de leite. Ceia: 2 fatias de bolo de laranja.


6.DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE


Para o desenvolvimento da atividade proposta levou-se em consideração os seguintes parâmetros:

Aferição de peso, altura, IMC, circunferência da cintura, história clínica, histórico de peso, recordatório de 24 horas, cálculo nutricional de macronutrientes e de alguns micronutrientes, como colesterol, sódio, cálculo do gasto total de caloria, elaboração do diagnóstico nutricional global e dos objetivos da intervenção nutricional, análise da dieta do paciente e a promoção de alterações caso necessário.

Após o levantamento dos dados coletos pelos acadêmicos observou-se:


Trata-se de paciente apresentando obesidade grau I, segundo o índice de massa corpórea, com excesso de adiposidade e com indicativo de risco para doença cardiovascular, com base na circunferência abdominal. Apresentou Gasto Energético Basal de 1.560 Kcal e Gasto de Energia Total de 2.092 kcal. Estabeleceu-se como objetivos nutricionais a redução de IMC, a diminuição da gordura corporal e a prevenção de doenças cardiovasculares, e como estratégias para o alcance desses objetivos, a redução da ingestão calórica, a diminuição da quantidade de gorduras, o aumento do consumo de fibras e a redução do consumo de sódio. Com base no Recordatório de 24 horas, observaram-se a absorção de grande quantidade de carboidrato com alto índice glicêmico e de gorduras saturadas. Ao se analisarem o comportamento e as práticas alimentares, percebeu-se a necessidade de adoção de elaboração de um plano para mudança de comportamento com foco na promoção da alimentação saudável e atividade física. Nesse sentido, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade Brasileira de Obesidade, foi elaborada uma dieta balanceada em macro e micronutrientes, adição de fibras e redução do consumo de sódio, com dicas variadas de cardápios e de receituário culinário, bem como adotou-se a redução de 500 a 1000 kcal/dia do GET. Como estratégia para mudança comportamental, constatou-se que a adoção da abordagem cognitivo-comportamental é a mais adequada para pacientes obesos. Diante do exposto, é importante destacar que a ferramenta da Simulação oportunizou a vivência desse caso clínico, permitindo aos acadêmicos de nutrição a realização de uma avaliação nutricional, da análise acerca da escolha do tratamento comportamental mais adequado, do diagnóstico nutricional global e da prescrição dietoterápica mais pertinente, visando a promoção da saúde e a adoção de uma rotina alimentar equilibrada e saudável, sendo, portanto, de grande importância para o aprendizado, pois coloca o aluno como condutor de sua formação profissional.



7. PROBLEMATIZAÇÃO


Ao longo da história da Educação, metodologias conservadoras com fortes influências cartesianas têm sido utilizadas para a formação dos profissionais de saúde. A compartimentação dos conhecimentos em áreas especializadas, com fins de se alcançar a eficiência técnica, alterou o processo ensino-aprendizagem. Esse se restringiu à mera reprodução do conhecimento pelo docente, que assume o papel de transmissor de conteúdos, e ao discente que, retendo e repetindo esses ensinamentos sem o esforço da crítica e da reflexão, torna-se mero expectador. Com a publicação das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por meio da Lei nº 9.394/1996, novos rumos são traçados para a formação do profissional em saúde, como uma maneira de aproximar o ensino da realidade social e de motivar docentes e discentes a tecerem novas redes de conhecimentos, como as metodologias ativas, que estimulam o aluno a “aprender o aprender”, isto é, “o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver e o aprender a ser”. Dentre as metodologias ativas, destacam-se a Simulação e a Aprendizagem Baseada em Problema – ABP. A Simulação pode ser compreendida como uma ferramenta que possibilita o aluno, por meio da representação de um fato ou evento real, pôr em prática a teoria assimilada no ambiente escolar, assim como a aprender e analisar situações ou problemas que em breve serão experimentados na vida profissional. Já a Aprendizagem Baseada em Problema – ABP possibilita o estudante a exercer um papel ativo, ou seja, permite que o aluno seja protagonista de seu aprendizado, de forma a ter condições de compreender e solucionar situações que imitam a vida real, restando ao docente apenas o papel de condutor ou de facilitador. Nesse sentido, o presente trabalho utiliza a metodologia ativa da Simulação para vivenciar a experiência de um atendimento de um caso clínico em nutrição, onde o paciente apresenta obesidade. Segundo a literatura, a obesidade é conceituada como uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo anormal ou excessivo de gordura no tecido adiposo, sendo considerada uma doença metabólica crônica e multifatorial. O seu desenvolvimento é dependente de interações complexas entre fatores genéticos, ambientais, comportamentais, psicossociais, dentre outros, os quais influenciam diretamente no equilíbrio energético. No entanto, o comportamento alimentar inadequado e o sedentarismo são considerados as principais causas que mais influenciaram o crescimento da obesidade. A Organização Mundial de Saúde, em 2002, afirmou que o desequilíbrio entre o declínio do gasto energético por ocasião da inatividade física e a alta ingesta de dieta rica em açúcares e gorduras são as principais causas da epidemia da obesidade, sendo necessárias medidas que incentivem a atividade física e a redução de consumo de alimentos inadequados. Complementa, asseverando que ações como essas exigem mudanças sociais e ambientais para apoiar eficazmente as escolhas mais saudáveis a nível individual. Historicamente, a obesidade sempre existiu. Mas nos últimos vinte anos se tornou um importante problema de saúde pública e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma epidemia global, aumentando significativamente o risco de doenças crônicas não transmissíveis, tais como a síndrome metabólica, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabete melito tipo 2 e outros agravos. No Brasil, segundo dados de 2006 da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - VIGITEL, estima-se que mais da metade da população brasileira apresenta excesso de peso ou obesidade. Em 2018, esse mesmo instituto informou que as maiores frequências de obesidade foram observadas em homens de Manaus (27,1%), Cuiabá (25,4%) e Porto Velho (23,2%) e, entre as mulheres do Rio de Janeiro (24,6%), Rio Branco (23,0%) e Recife (22,6%). Observou-se também que no conjunto das vinte e sete capitais brasileiras, a frequência de adultos obesos foi de 19,8%, sendo ligeiramente maior entre as mulheres (20,7%) do que entre os homens (18,7%). Constatou-se também que a frequência de obesidade aumentou com a idade até os 44 anos para homens e até os 64 anos para mulheres. Em ambos os sexos, a frequência de obesidade diminuiu com o aumento do nível de escolaridade, de forma notável para mulheres. Com relação ao diagnóstico da obesidade, esse é realizado com base num instrumento elaborado pela National Heart Lung Ande Blood Institute-NHLBI, que após extensiva revisão das complicações de saúde associadas a essa patologia, editou uma normatização para a obesidade, com a inclusão de marcadores como o índice de massa corpórea (relação peso e altura), o da circunferência da cintura e o risco de doenças associadas a essa patologia. Nesse instrumento, a obesidade é classificada em três níveis, isto é, em obesidade grau I (IMC de 30 a 34,9), obesidade grau II (IMC de 35 a 39,9) e obesidade grau III (IMC acima de 40). A circunferência da cintura é um marcador importante, pois correlaciona a localização da gordura com risco à saúde. Nesse caso, quanto maior a circunferência, maior o risco para obesidade e para o surgimento de outros agravos. O tratamento da obesidade tem por finalidade não somente alcançar o peso ideal, mas melhorar a qualidade de vida e os parâmetros clínicos, metabólicos e nutricionais do paciente. Importa destacar que para a escolha do tratamento deve-se levar em consideração a gravidade e a presença de comorbidades associadas. Considerando que a etiologia da obesidade é multifatorial, o tratamento requer uma equipe multidisciplinar, com o engajamento de nutricionistas e de outros profissionais da saúde. A terapia nutricional, de um modo geral, adota a avaliação nutricional, o tratamento comportamental e a dietoterapia como ferramentas para restabelecimento da saúde e a adoção de hábitos saudáveis. A avaliação nutricional é um instrumento de suma importância, pois permitir identificar a ocorrência do risco nutricional, assim como chegar a um diagnóstico do estado global, por meio da antropometria, avaliação do estado clínico e dados bioquímicos, e traçar os objetivos nutricionais. Porém, somente será completa se abordar os padrões e práticas alimentares vivenciadas pelo paciente ao longo de sua vida. O tratamento comportamental tem por objetivo traçar estratégias que auxiliam no controle de peso, de forma a aumentar a motivação com relação ao tratamento e evitar recaídas e o consequente ganho de peso, conforme diretrizes brasileiras de obesidade, publicadas em 2016. As técnicas, segundo essas diretrizes, têm por finalidade a identificação de sensações que levam ao comportamento compulsivo e situações que instigam o fracasso do tratamento. A técnica mais adotada para obesidade é a cognitivo-comportamental que visa identificar, avaliar e responder a pensamentos e crenças disfuncionais de pacientes. As estratégias comportamentais mais utilizadas são: a entrevista motivacional, o automonitoramento, controle de estímulos, resolução de problemas, reestruturação cognitiva e suporte social. O tratamento dietoterápico deve ser realizado com base nas diretrizes brasileiras de obesidade, que em 2016, preconiza a adoção de dietas com percentuais de 20% a 30% de gorduras, 55% a 60% de carboidratos e 15% a 20% de proteínas, a aplicação de um déficit de 500 a 1.000 kcal/dia do gasto energético total, assim como orienta ofertar ao paciente diversas opções de alimentos, com vistas a melhorar a adequação nutricional e possibilitar maior adesão ao tratamento. Também, recomenda a adoção da dieta DASH e a do tipo mediterrâneo, mesmo que não tenham apresentado benefícios significativos no tratamento da obesidade


8. SUGESTÃO


A simulação clínica em nutrição: paciente com obesidade é de fundamental importância para a vivência profissional do aluno. Deve fazer parte do cronograma de atividades do professor e contemplar todas as enfermidades apresentadas.


9. HABILIDADES ESPERADAS DOS ESTUDANTES DURANTE EXPERIÊNCIA VIVENCIAL COM A ATIVIDADE


·Promover as discussões a cerca dos casos clínicos reais a respeito da obesidade e estimular o raciocínio clínico frente aos possíveis diagnósticos.

Estimular a tomada de decisões frente as possibilidades de dietas nutricionais, evidenciando o cuidado e a promoção a saúde e o bem-estar dos indivíduos com sobre peso;

Potencializar as atividades que desenvolvam a criticidade e discussão entre os acadêmicos na promoção de uma aprendizagem baseada em vivencias práticas em sociedade;

Primar pelo trabalho em equipe, principalmente em se tratando dos estudos clínicos que possam melhor a qualidade de vida dos indivíduos obesos.


10. AVALIAÇÃO


A avaliação por parte dos acadêmicos da metodologia empregada nesta atividade se deu por meio de formulário de perguntas no google formes, onde ficou evidenciado pelos acadêmicos a importância de atividades que desenvolvam a vivência clínica na profissão. Quanto a avaliação do professor foi utilizada a ferramenta “atividades” no google classrom e as respostas dos acadêmicos foram corrigidas e atribuídas notas de acordo com o seu desempenho.


11. IMAGEM




REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileira de obesidade 2016. 4 ed. São Paulo. Disponível em: ˂ http://www.cookie.com.br/site/wp-content/uploads/2016/11/Diretrizes-Brasileiras-de-Obesidade.pdf. ˃ Acesso em: 11 de ago 2019.


BEHRENS, MA. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2005.


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: ˂ http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-brasil-2018.pdf ˃. Acesso em: 25 jul. 2019

CAPRA, Fritjof. O ponto da mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente.25 ed. São Paulo: Cultrix, 2012.


CHESKIN, Lawrene J.; PODDAR, Kavita H. Tratamento da Obesidade. In. ROSS, A. Catharine et al. Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença. 11 ed. Barueri, SP: Monole, 2016, p. 790-804.


Costa JGF et al. Práticas contemporâneas do ensino em saúde: reflexões sobre a implantação de um centro de simulação em uma universidade privada. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, n. 15, p. 85-90, jul-set, 2013. Disponível em:


CUPPARI, Lilian. Nutrição clínica no adulto. 4ª ed. Barueri, SP: Monole, 2019


FERNANDES, JD et al. Diretrizes estratégicas para a implantação de uma nova proposta pedagógica na Escola de Enfermagem da Universidade da Federal da Bahia. Rev.bras. enferm. Brasília, n.4, v.56, p. 392-395, jul-ago. 2003. Disponível em: ˂ http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672003000400017 ˃. Acesso em: 11 ago. 2019


FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 34 ed. São Paulo: Paz e Terra. 2011.


NUNES, Alessandra P.O. Aconselhamento nutricional para obesos. In: GALISA, Monica et al. Educação alimentar e nutricional: da teoria à prática. Vila Mariana, SP: Roca, 2017.


Pazin Filho A, Scarpelini S. Simulação: definição. Medicina, Ribeirão Preto, n.40, p.162-166, abr./jun. 2007. Disponível em: ˂ http://revista.fmrp.usp.br/2007/vol40n2/2_simulacao_definicao.pdf˃. Acesso em: 11 ago. 2019


WORLD, Healt Organization. Expert Consultation on Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases. Geneva, 2002. Disponível em:˂ https://liverswithlife.com/diet-nutrition-and-the-prevention-of-chronic-diseases/˃.


Como referenciar este post?

CINTRA, Patricia. Atividade didática ativa. Post 491. Nutrição Atenta. 2023. Instagram: @cintra.nutricionista.

12 visualizações

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page