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  • Foto do escritorSabrina Kaely

Diretriz atualizada. Venha conferir!



A Sociedade Europeia de Nutrição Enteral e Parenteral publicou a nova atualização da diretriz de nutrição clínica na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Veja as principais recomendações a seguir.


Triagem e Avaliação Nutricional

De acordo com os especialistas, qualquer paciente em estado grave que permaneça na UTI por mais de 48 horas está sujeito ao risco de desnutrição. Atualmente, não existe um escore nutricional específico para UTIs. Portanto, recomenda-se uma avaliação clínica abrangente para investigar a presença de desnutrição na UTI, até que uma ferramenta específica seja validada. Embora a ferramenta NUTRIC (Risco Nutricional em Pacientes Críticos) seja destinada a esse grupo de pacientes, ela possui uma limitação significativa, pois considera apenas o risco com base na gravidade da doença.


Nutrição Precoce e Via de Administração

A administração precoce de nutrição enteral deve ser iniciada dentro das primeiras 48 horas de internação na UTI, com atenção para a possibilidade de superalimentação que pode ocorrer se a nutrição enteral ou parenteral for fornecida na meta antes do terceiro dia. Para os pacientes que conseguem se alimentar por via oral e atingir 70% de suas necessidades nutricionais do terceiro ao sétimo dia, essa via é recomendada formalmente, desde que não haja risco de vômitos e aspiração. No entanto, para aqueles que não podem se alimentar por via oral ou não atingem suas necessidades nutricionais, mas têm um trato gastrointestinal funcional, a terapia nutricional enteral é apropriada.


Recomendações Nutricionais

Na ausência de calorimetria indireta (CI), os especialistas da ESPEN (Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo) recomendam o uso de equações preditivas, considerando uma abordagem nutricional hipocalórica (fornecendo menos de 70% das necessidades estimadas) durante a primeira semana de internação na UTI. Posteriormente, após o terceiro dia, aumentar a oferta calórica para até 80-100% das necessidades é uma opção considerável. Uma oferta calórica de 20-25 kcal/kg/dia é preferível, pois se aproxima dos valores obtidos pela CI. Durante a fase crítica da doença, é recomendada uma ingestão de proteína de 1,3 g de proteína/kg/dia, e não há benefícios adicionais ao fornecer quantidades superiores a essa quantidade determinada. Em casos de queimaduras graves (com mais de 20% de superfície corporal queimada), a administração de glutamina na dosagem de 0,3-0,5 g/kg/dia, durante 10-15 dias, é indicada. Além disso, para pacientes com traumas graves, sugere-se a administração de 0,2-0,3 g/kg/dia de proteína durante os primeiros 5 dias.


Situações Específicas

Sepse

Após a estabilização hemodinâmica, a nutrição enteral precoce e progressiva deve ser fornecida. Nos casos de choque séptico, a perfusão intestinal pode ser prejudicada e a oferta de nutrição enteral pode agravar a situação. Portanto, é fundamental fornecer quantidades reduzidas de nutrição enteral e monitorar a tolerância gastrointestinal nesses indivíduos.

Obesidade

Na ausência de calorimetria indireta, a utilização do peso ajustado para cálculos nutricionais pode ser uma alternativa viável. Para a proteína, recomenda-se fornecer 1,3 g/kg de peso ajustado/dia (quando não é possível realizar o balanço nitrogenado de 24 horas).

Por fim, a diretriz também aborda o manejo clínico da nutrição parenteral, o monitoramento da terapia nutricional e diversos outros tópicos relevantes para a prática clínica do nutricionista que atua na UTI.

Acesse o material completo: DOI:https://doi.org/10.1016/j.clnu.2023.07.011



Referência:

Pierre Singer, et.al. ESPEN Practical and partially revised guideline: Clinical nutrition in the intensive care unit, Clinical Nutrition, Volume 42, Issue 9, 2023, Pages 1671-1689.


Como referenciar este post?

MACHIAVELLI, Sabrina Kaely. Diretriz atualizada. Venha conferir! . Post 526. Nutrição Atenta. 2023.

Instagram: @nutricionistasabrinakaely

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