Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), obesidade é o excesso de gordura corporal que pode causar prejuízos à saúde. É uma doença crônica que afeta, em diferentes proporções, pessoas de todas as idades
e todos os grupos sociais em países ao redor do globo. Ainda segundo a OMS, cerca de 650 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pela obesidade, estabelecendo-se como uma das doenças crônicas mais comuns no mundo.
O objetivo do Dia Mundial da Obesidade é incentivar soluções práticas para ajudar as pessoas a alcançarem
e manterem um peso saudável, além de realizarem tratamento adequado. É objetivo também reverter a crise da obesidade, que está ligada a questões, como a comercialização e o consumo de alimentos e de bebidas com alto teor de gordura, açúcar e sal, consumo de bebidas açucaradas e difícil acesso a alimentos saudáveis.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis (CGDANT), elaborou o presente factsheet sobre a mortalidade prematura (30 a 69 anos) por obesidade no Brasil, no período de 2010 a 2021.
No Brasil, segundo dados do Vigitel, o percentual de adultos maiores de 18 anos com obesidade apresentou
valores expressivos e com acentuada tendência de aumento, sendo 15,1% em 2010 e 22,4% em 2021,
conforme apresentado na Figura 1.
Fonte: Vigitel Brasil 2006-2021: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica do estado nutricional e consumo
alimentar nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2021.
Em relação à mortalidade prematura por obesidade, foram registrados no SIM 24.678 óbitos de indivíduos com idade entre 30 e 69 anos durante o período de 2010 a 2021*.A distribuição do total de óbitos por ano também apresentou aumento acentuado, sendo maior o número de registros no período entre 2019 e 2021* (Figura 2).
Ao analisar a mortalidade proporcional prematura segundo as variáveis sexo e faixa etária, no período de 2010 a 2021*, é possível identificar que houve mais registros de óbitos por obesidade no SIM referentes a indivíduos com idade entre 50 e 69 anos (60%) e do sexo feminino (57%), conforme apresentado na Figura 3.
RECOMENDAÇÕES
Por sua natureza multifatorial, a obesidade apresenta diversas causas que podem provocar o surgimento ou agravamento da doença. Para além das questões individuais, o ambiente em que se vive exerce influência na adoção e na manutenção de uma vida mais saudável. Ambientes obesogênicos são promotores ou facilitadores de escolhas alimentares pouco saudáveis e comportamentos sedentários, pois dificultam a adoção e a manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física. O chamado ambiente obesogênico pode estar presente em residências, nas vizinhanças, nas escolas, nas universidades e nos locais de trabalho. Para o combate e a prevenção da obesidade, a recomendação inclui alimentação saudável com diminuição da ingestão de alimentos ultraprocessados e aumento do consumo de alimentos in natura e aumento da atividade física. Em casos mais graves, é necessário o acompanhamento por uma equipe de saúde, incluindo médicos, enfermeiros e nutricionistas. Diante disso, são recomendadas políticas públicas de saúde voltadas à temática da obesidade, com ações que priorizem: tributação de bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados; ampliação no acesso a alimentos saudáveis; estímulo à leitura dos rótulos alimentares; restrição da comercialização de alimentos e bebidas com alto teor de gorduras, açúcar e sal, em especial nas escolas; construção de espaços para caminhadas, ciclismo e recreação seguros nas cidades; além de atividades de promoção de hábitos saudáveis voltadas às crianças desde a primeira infância, como a promoção e a garantia do aleitamento materno. |
Referências
Dia Mundial da Obesidade. Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/04-3-dia-mundial-da-obesidade/. Acessado em 23 de fevereiro de 2023.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2006-2021: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica do estado nutricional e consumo alimentar nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2021: estado nutricional e consumo alimentar [recurso eletrônico] /Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente/Coordenação-Geral de Informações e Análises Epidemiológicas – Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
ORAKA, C.S.; FAUSTINO, D.M.; OLIVEIRA, E.; TEIXEIRA, J.A.M; SOUZA, A.S.P; LUIZ, O.C. Raça e obesidade na população feminina negra: uma revisão de escopo. Saúde Soc. São Paulo, v.29, n.3. 2020.
Produção
Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância
de Doenças não Transmissíveis – Daent
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente – SVSA
Como referenciar este post?
CINTRA, Patricia. Obesidade. Post 444. Nutrição Atenta. 2023.
Instagram: @cintra.nutricionista.