Texto de Rhaysa Vido graduanda em nutrição pela Unigran Capital.
A epidemia mundial que vem de berço.
A obesidade tem se tornado um grave problema de saúde pública já tem alguns anos, após a pandemia, essa estimativa teve uma progressão altíssima aos olhos da OMS, que classifica a obesidade como uma epidemia mundial. Com influência não só social, mais econômica, política e cultural também. Um dos dados mais alarmantes é a obesidade infantil, é sabido que uma criança obesa tem reais expectativas de se tornar um adulto obeso, não apenas o excesso de peso, as complicações que a gordura traz e onde isso tudo vai para põe a saúde das crianças em alerta.
O Ministério da Saúde estima que 6,4 milhões de crianças têm excesso de peso no Brasil. Se comparado com outros países, o Brasil possui quase três vezes mas crianças com excesso de peso do que a média global (14,2% no Brasil em 2022 e 5,6% da média global registrada no mesmo ano).
Com a tecnologia na ponta dos dedos e ao alcance dos pequenos, a atividade física começou a ser deixada para segundo plano. Uma criança saudável, inicia os prazeres por movimentar-se desde o primeiro ano de vida, claramente cada atividade e/ou brincadeira tem uma idade própria para poder ser executada, contudo isso não diminui as possibilidades de se tornar uma adepta das atividades físicas/ esportes e afins.
Mais não podemos apontar o dedo somente para a tecnologia e a inatividade física, quando o consumo de ultraprocessados, a influência do meio(família), as mudanças nos padrões de amamentação e a ausência de equipe multidisciplinar são pontos muito pertinentes e de importância tal qual. Alimentos ultraprocessados, são consumidos exacerbadamente a todo o tempo, quase como um consolo ou recompensa sem motivo aparente. Ah talvez possamos elencar a falta de tempo (para produzir) uma refeição equilibrada, sadia e nutritiva; a praticidade dos ultraprocessados, valores reduzidos quando em comparação com alimentos fresco e de boa procedência, o meio em que está inserida essa criança. Temos dois ambientes que exercem fundamental importância e responsabilidade sobre um crescer/ desenvolver hábitos saudáveis e promissores: a escola e o ambiente familiar. Pois são nesses dois ambientes onde as crianças passam a maior parte do tempo.
Em outubro de 2022, entrou em vigor um novo padrão de rotulagem de alimentos e bebidas industrializadas, aprovado pela Anvisa em 2020. As embalagens apresentam um selo frontal com o símbolo de lupa para informar sobre os altos teores de sódio, açúcar e gordura. Também no intuito de se adequar a alimentação de modo mais saudável e acessível os pediatras e nutricionistas recomendam que os pais sigam as instruções dadas pelo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras elaborado pelo Ministério da Saúde.
O excesso de gordura na região abdominal e a quantidade total de gordura estão associados a ocorrência de doenças crônico-degenerativas. Maus hábitos alimentares e a ausência de refeições básicas como o desjejum (café da manhã), consumo de grande quantidade calórica no jantar e ingestão de líquidos açucarados, calóricos e fartos de aditivos são prejudiciais e só aceleram a processo.
Portanto, é necessário que tenha a prevenção, e a conscientização tanto das crianças como da população de um modo geral, enfatizando a importância de um comer bem, comer com qualidade e variabilidade. A escola é um local propicio e adequado para se implantar e desenvolver programas de reeducação alimentar, hábitos e escolhas conscientes e valiosas. Também na escola, pode se ter uma maior adesão de atividades físicas e esportes.
REFERÊNCIAS
Conscientização contra a obesidade mórbida infantil, disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/conscientizacao-contra-obesidade-morbida-infantil
Obesidade em crianças e jovens cresce no Brasil na pandemia, disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/obesidade-em-criancas-e-jovens-cresce-no-brasil-na-pandemia
Obesidade infantil: as razões por trás do aumento de peso entre as crianças brasileiras, disponível em: https://abeso.org.br/obesidade-infantil-as-razoes-por-tras-do-aumento-de-peso-entre-as-criancas-brasileiras/
Obesidade infantil: como podemos ser eficazes?,disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/GftqBGnnCyhvZ89C9M4Pqsv/?lang=pt
Relatório mundial alerta para os riscos da obesidade infantil no Brasil, disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/relatorio-mundial-alerta-para-os-riscos-da-obesidade-infantil-no-brasil/
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VIDO, Rhaysa. Obesidade infantil. Post 610. Nutrição Atenta. 2024.
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